sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Oração ao Tempo

"Por seres tão inventivo

E pareceres contínuo

Tempo tempo tempo tempo

És um dos deuses mais lindos

Tempo tempo tempo tempo..."

Caetano Velozo



Este é o meu verso favorito na canção do Caetano. Como pode ser inventivo e ser continuo ao mesmo tempo? Eu me peguei perguntando isso diversas vezes, nos meus momentos de café, ou de pinga... É que esta palavra que ele escolheu para exemplificar as tempestades, os altos e baixos que o tempo traz as nossas indigestões é de uma paz tremenda: "inventivo"... Inventivo... inventivo nada! Posso dizer até que essa definição é de uma boa vontade intencionada, já que o eu-lírico da canção tá querendo no fundo é fazer um pedido ao tempo. O tempo é puta que o pariu!!! Como assim deixar você completamente maluco, durante anos e anos, e de repente, num diazinho só, fazer sentido.

Eu, na minha relez interpretação do Tempo, xingando o Tempo, tendo uma visão tão "presente" do Tempo, e sem entender o "presente" que na verdade é o Tempo, via-o como quem olha a um Deus Sádico, ou talves um Deus Brincalhão, ou ainda, o Tempo como um Deus que costuma acordar mal humorado... Mas acontece que o Deus Tempo atravessa passado, presente e futuro. E continua... infinito.

O vilão dos anciosos e a força dos pacientes.
- Ei!!! Também escuta o meu pedido? Também quero que tudo faça sentido no final.


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