quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Barulhenta Daniela




















Manhã ensolarada. Abrir uma empresa, arrumar um emprego, ganhar um almoço num restaurante grego, ir pra praia (quase...rs), necessário café. Lua Cheia. Violãocelo, violão, gaita, violino, hippies, músicos e boêmios... O que está acontecendo? Pipoca, o show de Daniela já vai começar. Palmas para morena. Palmas, porque Daniela gosta é dos seus sons.


*Sons da Cidade*, por Daniela Romeu

Pensando. Sons de pensamentos de onde devo ir ou onde estou indo. Ainda não sei. Não tenho certeza. Paro, mas ainda não posso escutar nada. Quero ser levada pelos meus instintos mas, onde? Quando minha mente me diz direita e meu coração me diz esquerda. Para onde ir? Quem devo seguir, a emoção ou a razão? Saio do trem quase que caindo no rio. Olho o mapa, e me parece ser em inglês, pois não entendo os diagramas. Talvez eu fui mais longe do que devia. Direita ou esquerda? Acho que direita é sempre direito e a esquerda é sempre errada. Estou andando.

Vamos falar sobre outras coisas, desse jeito ninguém pode nos entender. Achamos aonde ir, mas não sabemos onde ficar. Muito complicado. Talvez, deveríamos continuar andando. Espere um momento. Eu já estive aqui, eu reconheço o som e é familiar... Som de uma cafeteira. Talvez possamos parar e limpar nossos pensamentos com nossa diária dose de cafeína para nossas mentes. Voltando a falar uma língua estranha, mas espere, alguém pode nos ouvir, talvez não somos tão estranhas assim, e nem estamos sozinhas mais. Devemos ligar? Acho que é apenas um encontro casual em um dia de encontros inusitados. E o que mais nos espera?

Continuamos, e eu posso ouvir algo ali. Em baixo do Triunfo, eu ouço um sério e grave som que me leva para outro lugar, um lugar que nunca estive. Eu não pude ver, talvez era uma estrada para um amor nunca encontrado, ou um trem para minhas próprias ilusões ou um avião me levando de volta pra casa. Ainda não sei. E eu continuei no trem que seguia a estrada para lugar nenhum.

Hora de seguir em frente, já desligaram a luz e creio que por hoje a noite acabou. Mas não posso simplesmente ir assim, e nem quero. Seguindo meus pés, já que nem minha razão ou meu coração puderam decidir de onde o som estava vindo, eu encontrei uma "Graça Maravilhosa". Eu pude ouvir algo ali. A guitarra que era tocada com uma paixão furiosa, confundindo os dedos em um lindo som, eu quase pude ver aqueles dedos voando nos acordes. Isso não era apenas som, aquilo era alma, aquilo era música. Quase que instantaneamente encontrei uma família, cores diferentes, tamanhos diferentes, culturas diferentes, mas ainda assim uma família. Cantando com a lua cheia olhando para mim, me senti abençoada, confortável e surpresa. Eu não estava seguindo nada, apenas meus instintos do momento, e me senti bem. Ainda ouvia musica, ainda ouvia risada, ainda dançavamos. A guitarra continuava e agora um hippie tocava percurssão. Adorável diferenças e cores de se admirar. Hippies que brincavam com os olhos e mentes dos estranhos. Sem se importarem, e tão pouco nos importávamos, ainda éramos uma grande família naquele momento.

Pessoas vieram e pessoas se foram e continuamos até o som da proibição que declarava paz para os vizinhos e moradores de rua daquela praça, e esse som fez uma família se desunir. Rompeu uma família que disse que talvez poderiam ver uns aos outros mais uma vez, mas provavelmente nunca iriam, talvez não seria o mesmo sem a fumaça do hippie que fumava seu cigarro na bicicleta. E me parecia apenas uma noite. Andamos ainda com algumas risadas. Corra, pegue o trem, precisamos ir para casa. Escute isso. Você pode escutar o som da noite e o relógio se movendo para o próximo dia? Agora é hora de encontrar o som da paz.

Um comentário:

Unknown disse...

Pensando nas caminhadas largas, no quente ou o frio, com sono ou dancando, no village ou no village! Madrugadas em claro no escuro da noite observando bebados trapezistas nas faixas de pedestres. Sons, sons de duas pessoas de vidas diferentes, mas da mesma metarmofose! Borboletas que voam sem destino e que nao precisam de bussula para saber que nao eh necessario direcao para lugar nenhum!
Andavamos porque gostavamos, procuravamos porque nao queriamos encontrar, um cafe! lembra disso??? ainda na noite!
Sabe o que isso me lembra?, saudades, mas sabe o que isso me traz? alegria. Momentos de um ou dois dias que se tornam numa vida de amizade! Ligacao NY- London!!