sábado, 27 de outubro de 2007

falando de violão, lembremos que *o instrumento pode ser música*


- Nossa! A mulheres no Brasil deve ser muitos inteligente!!! Eu gosto desse pessoa... (atrapalhou-se) das mulheres do Brasil, é muito legal. Não sei disso.

A professora largou a gramática. Ela olhou para a cara do seu aluno... Definitivamente, não havia entendido. Olhou mais. Essa era a grande mania da professora Alice, olhar. Será que era o português? Pediu então que ele tentasse explicar em inglês, já que era a língua que ambos poderiam se entender. Se se entender fosse possível.

- Não, por que sabe aquela revista que você me trouxe para ler sobre o Brasil, então, tinha várias reportagens sobre mulheres que saem juntas para tomar café, que se organizam para ver palestras sobre o feminismo. Lembra daquela canção da Rita Lee sobre a vida das domésticas, em que você me disse que nas favelas a figura da mulher era muito importante, já que elas que sustentavam as famílias...

Ele não precisava falar mais nada. Ela sorriu, diga-se de passagem muito satisfeita. E o aluno francês, que estudava "português para estrangeiros" com a tal professora, prosseguia encantado, espantem-se, com a inteligência e política da mulher brasileira...

- E hoje você me trouxe essa história em quadrinhos, sobre as mulheres que discutem sobre o "ser mulher" com um olhar contestador. Eu estou gostando muito das coisas que estou aprendendo sobre a mulher no Brasil.

Ela olhou foi bem muito para o aluno, dessa vez como mulher. Ele não estava descrevendo as mulheres do Brasil, ele estava descrevendo uma entre elas. Alice olhou para dentro, e se sentiu aluna. Sorriu. E como uma mulher inteligente, fez o que mais gostava. Pensou. Optou por deixá-lo curioso. Gostava de deixar as pessoas curiosas, alimentava tantas quantas interrogações fossem possíveis. Não gostava das manias de verdades absolutas. Continuou séria:

- Que bom que você tem gostado das nossas aulas. E agora, voltemos a gramática!!! Ainda temos cinco minutos, não me enrola não senhor Benoit!

***


Os quadrinhos "Mulheres Alteradas" é editado no Brasil pela Rocco, e a escritora não é compatriota. Ela é argentina. Mas como não é futebol, eu faço o marketing gratuito! Maitena, 40 anos, três filhos, três maridos diferentes, é magra, loira e bonita... (para acabar com os rótulos), e vendeu mais de 300 mil livrinhos em seu país. Caixa acústica de geométricas formas e interiores músicais*. Violão Maitena. O que torna as suas histórias tão populares (que inicio de frase mais pretensioso! mas como é propaganda assumida...) são o humor refinado e as verdades ditas "na lata" sobre a realidade que altera nossos nervos todos os dias. Não é a tpm, não é a lua... é maitena! Antenada nos surtos! Se você é mulher, vai se sentir naquela conversa no bar com a melhor amiga. E mais, vai treinar o dedilhado... Dá corda para as cordas menina!

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