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- Crianças, me deixem fora disso! (Maria dizia, já impaciente, mas mesmo assim, rindo dos dois).
- Maria, quem corta o melhor parmesão?
Ele estava preocupado, mas ele não olhava para Maria enquanto perguntava. Ele não olhava para Maria enquanto ela não respondia. Ele estava preocupado e não era com a resposta, e não era com o parmesão. Ele só tinha olhos para ela, a campesina em madeira. Argui, o albanês que fazia as pastas do restaurante insistia, encarando a estátua, desafiador:
- Fala Maria, quem corta melhor o parmesão?
A estátua olhava também. Os dois sorriam e se olhavam muito. Olhavam bonito de se ver, olhavam profundo. E a Maria, no meio deles, cortando o parmesão, era a testemunha do olhar que selava compromisso:
- Tá bom crianças... Eu respondo! Claro que a Rolanda! Ela é a minha chefe Argui, e você acha que eu não a escolheria?
- Viu? Eu corto o parmesão melhor que você! - Respondia a chefe, agradecida.
Ele então apontava o fundo do restaurante, e a puxava em direção ao refrigerador, ofendido e faminto de beijos. A lituana não beijava, e dizia, cheia de sua madeira:
- Everything or nothing?E ela estava certa.
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