terça-feira, 18 de setembro de 2007

história de uma gata... Miauuu!



No Camarim, Alice estava nervosa. Adorava aquela artista. Queria pular, agarrar... Mas conteve-se. Olhou, postura no lugar, pernas cruzadas. Sim, Alice parecia elegante.

- Eu gostro de entrar nas minhas comunidades do orkut, pra ver o que as pessoas estão falando de mim, e... (dizia Vanessa) Teve uma vez, uma menina falando que o namorado havia mandado para ela a minha música nova, a *Boa Sorte*, e ela tava perguntando para as pessoas se eles concordavam que o tal namorado gostaria de terminar com ela ou não... Eu pensei, minha filha!!! (e gesticula uma cara de louca). É muita inocência!!! rsrs...

- (Vanessa da Mata continuou) Mas é muito louco essa coisa de como a música pode marcar um momento da sua vida.... Chega até a ser uma coisa meio sensorial, de você conseguir sentir o cheiro, de sentir aquela mesma energia de novo... Essa coisa da lembrança, da força que uma música pode trazer pra você. Todo mundo tem uma música que marca uma determinada fase. Teve uma fã minha, que me disse que estava pensando em fazer um aborto, e escutou aquela minha música do primeir cd, sobre a chegada do filho (cantarola um pouquinho). Ela veio me agradecer depois de um show, dizendo que aquela música foi para ela, que ela não abortou o filho por causa da música... E é muito louco por que a música não falava exatamente disso.

Nesse momento Alice teve vontade de interromper! Queria dizer que uma música interpretada pela própria Vanessa que também fez história na sua vida, que mudou o seu rumo, e que lhe deu força. Talvez fosse a música do começar conhecer-se Maria, de conhecer-se Vento. Não, Maria viu-se tímida diante de Vanessa, e diante de vocês também... Mas, a questão é que dessa vez, ela conta qual a música:

*Historia de uma Gata*
Chico Buarque

Me alimentaram
Me acariciaram
Me aliciaram
Me acostumaram

O meu mundo era o apartamento
Detefon, almofada e trato
Todo dia filé-mignon
Ou mesmo um bom filé... de gato
Me diziam todo momento
Fique em casa, não tome vento
Mas é duro ficar na sua
Quando à luz da lua
Tantos gatos pela rua
Toda a noite vão cantando assim

Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora, senhorio
Felino, não reconhecerás

De manhã eu voltei pra casa
Fui barrada na portaria
Sem filé e sem almofada
Por causa da cantoria
Mas agora o meu dia-a-dia
É no meio da gataria
Pela rua virando lata
Eu sou mais eu, mais gata
Numa louca serenata
Que de noite sai cantando assim

Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora, senhorio
Felino, não reconhecerás

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