terça-feira, 18 de setembro de 2007

*Good Look, Boa Sorte*



Ela chegou em casa cansada, e olhou no relógio. Iria ou não iria para aquele show... Faltava uma hora para o inicio do show, e ela estava na cama, deitada, olhando indecisa para o relogio. Pegou a carteira. Tinha cento e quarenta reais, e o show custava cento e vinte. Sim, poderia ficar um tempo sem dinheiro, estava tão em cima da hora, e ela estava tão cansada, afinal ela passou o dia todo carregando aquelas caixas... Pensou que poderia aproveitar aqueles minutos pra descansar, tanto tempo que não dormia... Foi para show! Sim, se arrumou em um minuto em foi para o show. Definitivamente toda aquela quantidade de fatores pesando contra sugeriu na garota uma desejo grávido de ir para o show. Levantou correndo, abriu a gaveta, procurou a roupa mais colorida, colocou tiara, brinco, anel, pulseira, meia colante, sapato vermelho, saia, e por que não uma blusinha preta de bolinhas? Pronto. Estava perfeita! Maquina digital, pilhas... Foi sem banho. Tudo em exatos dois minutos... Pronta, aprontava-se e aprontava. Já no metrô, houve tempo para respirar, respirou. Ahhhh!

Chegou no show, escolheu uma entre as possíveis cem pessoas presentes na frente do teatro, para perguntar onde seria a tal da bilheteria. A pessoa que escolheu para perguntar sobre a tal da bilheteria, por acaso tinha um ingresso a mais, de uma amigo que não havia aparecido, para a área VIP do show. Foi, sentou na terceira fileira, dançou saborosa, e ainda entrou no camarim do pseudo-artista. E pensava deliciada... eu amo a minha liberdade. Sabia que dificilmente essas coisas acontecem quando se está acompanhada de muita gente. Fazer o que, ela bem sabia da paz de se viver solto. Depois do show, e com a mesma companhia, conheceu o artista, a empresária, os músicos... E depois, algumas novas ruas, alguma nova praça... Estava cheia de vida... Estava feliz. Mas os pés, sorrateiros, sempre com as suas rodinhas. E disse elegante: não.

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